JMJ comBosco 68 : A “Igreja jovem” da JMJ retratada pela Ir. Diana Arrobas

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A Irmã Diana Arrobas, Filha de Maria Auxiliadora, é a convidada, desta semana, de mais um JMJ comBosco. Entrevistada por Henrique Laureano e por Mariana Lagoas, a Irmã Diana recorda a sua participação na Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, em 2013, revelando que aquele foi um momento “muito importante” para o seu percurso vocacional.

Quando questionada sobre quais os momentos que mais a marcaram, a Irmã Diana destacou o facto de ter estado no meio de uma “Igreja jovem”, bem como a mensagem do Papa Francisco, na Missa de Envio: “Ide sem medo para servir”.

Certa de que vai viver este Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 de forma diferente, a Irmã Diana Arrobas, desafia todos os jovens a “escutar Jesus”, pois Ele vai falar-nos de “mil e uma formas”.


Henrique – No episódio de hoje, temos connosco a Irmã Diana Arrobas, que é filha de Maria Auxiliadora, e vamos falar da experiência na sua participação na Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, em 2013.

Olá, Irmã Diana!

Ir. Diana – Olá!

Henrique – Para aqueles que não a conhecem, pedia que se apresentasse, por favor.

Ir. Diana – Sou a Ir. Diana, sou natural de Vila Real e atualmente estou em Setúbal. Estudo Artes Visuais e colaboro na Pastoral da Casa e Província.

Mariana – Como é que surgiu a oportunidade de participar na Jornada do Rio, em 2013?

Ir. Diana – Com os Salesianos de Poiares, participámos na Jornada de Madrid e depois, alguns jovens que foram, decidimos que queríamos participar na do Rio.

Henrique – Que impacto é que esta jornada teve na sua vida?

Ir. Diana – Teve um impacto grande, porque foi importante no meu percurso vocacional.

Antes de ir ao Rio, já me questionava sobre o que fazer da vida de forma mais séria, e a Jornada foi uma rampa de lançamento para começar uma experiência vocacional nas Irmãs Salesianas.

Henrique – Há uma história curiosa para contar, não há?

Ir. Diana – Estava a acabar o secundário e reprovei no exame de português. A segunda fase do exame era no dia da viagem e tive de escolher entre ir ao Rio de Janeiro e fazer a segunda fase do exame de português. Optei por ir ao Rio e fazer não um passeio turístico, mas algo para perceber melhor o que é que Jesus me pedia com tudo isto.

Mariana – Qual foi o momento que mais a marcou durante a Jornada?

Ir. Diana – Primeiro senti que estava no meio de uma igreja jovem. Ver tantos jovens unidos pelo mesmo motivo, pela fé em Jesus e pela mesma pessoa, Jesus Cristo. Depois, estar no mesmo sítio que o Papa Francisco e a missa de envio com o Papa.

Henrique – Há alguma mensagem que ainda hoje recorda e partilha com os outros?

Ir. Diana – Sim, uma frase que o Papa disse na homilia da missa do envio, “Ide sem medo para servir”. Foi algo que me marcou muito e impulsionou também esta coragem, que faltava, para dar passos na adesão a Jesus, e é uma frase que me acompanha ainda hoje.

Mariana – Se a Jornada no Rio fosse hoje, acha que viveria da mesma maneira?

Ir. Diana – Se calhar não viveria da mesma maneira, porque, entretanto, cresci, dei passos no caminho da fé e também nesta relação com Jesus. No entanto, não é por isso que acho que a forma como eu vivi tenha sido má, porque serviu para me tocar e para me chamar a dar passos mais longe.

Henrique – Como é que após vivermos um evento deste tipo, saindo de uma realidade muito bela de encontro com Jesus, voltamos para as nossas vidas? Como é que assumimos um compromisso de manter este Jesus na nossa vida?

Ir. Diana – Eu acho que manter este Jesus na nossa vida, não passa por grandes compromissos.  Eu utilizo muito esta lógica dos três p’s, um compromisso que seja um pequeno passo possível, algo que sei que é possível praticar no dia a dia. Não posso tentar mudar o mundo se não o vou conseguir, mas sim a partir dos pequenos gestos.

Mariana – Que mensagem é que gostava de deixar aos jovens de hoje, para que consigam abrir o seu coração e percorrer este caminho de descoberta?

Ir. Diana – Três palavras, a primeira é coragem, porque acho que Jesus, seja qual for a vocação, chama-nos a uma vida fora do comodismo e para isso é preciso coragem. Penso que esta coragem já está em nós e é só preciso tirar fora aquilo que já temos dentro.

A segunda é o acompanhamento, não percorrer este caminho sozinhos, mas procurar um irmão mais velho na fé que nos possa ajudar a ver a nossa realidade a partir de Deus e aquilo que vamos vivendo. Pela experiência que faço, acho que o coração sozinho vê mal e por isso trilhar um caminho acompanhado é melhor.

A terceira palavra é o seguimento, o seguir Jesus não só quando descobrimos a nossa vocação, mas já. O seguimento e adesão a Cristo começa no dia a dia e não só quando abraçamos a nossa vocação.

Henrique – Como é que acha que vai ser a experiência nesta Jornada? Em 2013 viveu como a jovem Diana e agora, em 2023 vai viver como irmã consagrada.

Ir. Diana – Acho que vai ser diferente, porque também a missão que me é pedida e a forma de estar nesta jornada é diferente. É algo que exige muito, mas penso que será uma boa oportunidade e uma boa experiência.

Mariana – Atualmente está envolvida na preparação desta Jornada?

Ir. Diana – Sim, rezando por este evento, confiando no e ao Senhor isto que estamos a preparar e que vai acontecer no nosso país. Depois, faço parte da equipa que coordena o SYM Day, com a Rita e o Padre Diogo. Juntos, coordenamos alguns voluntários, entre eles jovens, e estamos a ajudar na preparação deste dia, que será no dia 2 de agosto de 2023.

Henrique – Que momentos de vivência concreta da Jornada, é que recorda e vai relembrando no seu coração?

Ir. Diana – Nós fizemos a semana de pré jornadas lá no Rio de Janeiro e foi uma semana de serviço à comunidade, numa comunidade salesiana e é algo que recordo com carinho, porque nós fomos para lá, não para passear, mas fomos ao serviço da comunidade. Era uma obra ao serviço dos mais pobres, e o facto de estar ao serviço foi algo que me marcou.

Fomos acolhidos em famílias e o acolhimento por parte daquele povo também foi algo importante.

Depois, relembro a missa de envio, algumas conversas que fui tendo ao longo da semana com alguns amigos que eram do grupo dos Salesianos, e o conhecer e poder partilhar com outras pessoas do outro mundo. Relembro também a festa do dia MJS que não foi assim uma grande coisa, porque estava a chover e o plano B não foi o melhor, mas também o poder partilhar este carisma com jovens de outro mundo foi algo importante.

Mariana – Como é que foi, na missa de envio, saber que estava rodeada de tantas pessoas que acreditavam no mesmo e que estavam ali pelo amor a Deus?

Ir. Diana – É algo que marca e acho que não é só na missa de envio que isso acontece. Pelas ruas, andam milhares de homens e estão todos pelo mesmo, e o facto de dizermos que os jovens se movem por Jesus é algo que marca. Espero que isso também aconteça em Portugal.

Henrique – Para terminar, que mensagem quer deixar aos jovens que estão, desde já, a preparar-se para viver esta Jornada de Lisboa 2023?

Ir. Diana – Vejam a Jornada.

Costumo dizer que a Jornada não é um evento isolado no nosso calendário, que acontecerá em agosto, mas é uma experiência que tem um antes, um durante e um depois. Que seja vivida nisto e seja esta preparação até agosto, depois a semana da Jornada e o depois.

Seja como voluntários ou peregrinos, procuremos dar aquilo que temos de melhor. O último conselho é que Jesus, naquela semana, vai falar de 1001 formas. Ele é muito original e cabe-nos, a nós, escutar, e se não escutarmos, é uma oportunidade perdida.

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