Na edição desta semana do JMJ comBosco, Mariana Lagoas e Henrique Laureano entrevistam Filipa Sousa, responsável do COP da Paróquia de Santo Condestável.
Coordenadora do grupo de Acólitos, animadora, ministra extraordinária da Comunhão e catequista, Filipa está neste momento responsável por uma equipa de seis elementos e tem como função preparar a participação da paróquia na Jornada Mundial da Juventude, que vai ter lugar em Lisboa em 2023.
Para a responsável é importante que esta JMJ seja um momento que “marque a vida de todos!”
Mariana – Hoje, temos connosco mais uma convidada, a Filipa Sousa Silva. Muito obrigada pela sua presença.
Filipa – Obrigada eu.
Mariana – A Filipa desempenha várias funções na paróquia, tais como ser coordenadora do grupo de acólitos, animadora, Ministra Extraordinária da Comunhão e já foi, também, catequista.
Henrique – A Filipa é responsável pelo Comité Organizador Paroquial da JMJ Lisboa 2023, da Paróquia de Santo Condestável.
Mariana – Filipa, mais alguma coisa a acrescentar a esta pequena introdução?
Filipa – Em relação à paróquia, não.
Essencialmente estou, neste momento, a desempenhar essas funções todas ao mesmo tempo, mas está a ser um desafio giro fazer parte do Comité. Já somos uma equipa bastante grande, em conjunto com a Paróquia dos Prazeres, portanto está a ser muito giro.
Henrique – Filipa, como é que se motivam jovens para participar numa Jornada Mundial da Juventude?
Filipa – Se alguém tiver alguma fórmula mágica, eu agradeço que partilhe, porque eu acho que, hoje, não é muito fácil motivar os jovens. Penso que existe uma grande dificuldade, que é a falta de compromisso, que notamos já desde os miúdos pequeninos, e a outra é a falta de vontade de sair da zona de conforto. Penso que esses dois problemas são muito comuns, mas acho que a melhor forma de motivação é fazê-los pensar no convívio com outros jovens e tudo o que podem aprender e partilhar, especialmente neste momento da JMJ.
Mariana – Para além desta organização, que é uma parte importante da Jornada, como é que é pensar que vamos todos, participar na Jornada e, ao mesmo tempo, ajudar a organizar?
Filipa – Penso que vai ser uma experiência única na vida de todos, pelo facto da Jornada ser em nossa casa, e eu sinto-me muito feliz por poder contribuir para que tudo aconteça e que possa ser um momento que marque a vida de todos o que vão participar, quer seja como peregrinos, quer seja na parte organização.
Henrique – Como é que tem estado a correr esta preparação, quais têm sido as principais dificuldades que têm enfrentado?
Filipa – Sendo a minha primeira JMJ e estando, também, a participar na preparação, sinto que, até agora, está a correr tudo muito bem, sendo que a maior dificuldade passa por tentar coordenar as disponibilidades e a gestão das tarefas que temos a realizar. A maioria das pessoas estuda ou trabalha e tentar coordenar tudo ao mesmo tempo, é o mais difícil. Não é por falta de vontade, é por falta de tempo, mas tentamos todos, coordenar-nos da melhor forma.
Mariana – Especificamente em relação à paróquia de Santo Condestável, estão a ser pensadas algumas iniciativas?
Filipa – Toda a organização está a ser feita em conjunto com a Paróquia dos Prazeres, por isso, a participação na JMJ vai ser, também, como uma só.
Em relação às iniciativas, já temos um perfil no Instagram, do COP, onde vamos partilhar todas as novidades. No imediato, vamos receber a Cruz do COD no dia 6 de Novembro, e ela vai permanecer entre as duas paróquias até dia oito. Durante estes dias, vamos ter alguns momentos abertos à comunidade, especialmente aos jovens, e vamos, também, coordenar com as noites do rezar ao luar, para tentar ter uma iniciativa em conjunto.
Henrique – Filipa, já participou em alguma Jornada Mundial da Juventude?
Filipa – Não, esta vai ser a minha primeira, porque nunca se proporcionou a oportunidade. Falámos, na altura, da possibilidade de vir ao Panamá, mas não tinhamos um grupo suficiente que justificasse ir, portanto, vai ser mesmo a minha primeira Jornada.
Mariana – Pegando agora nas palavras do Papa João Paulo II, o Papa disse, na sua homilia em Roma, que a Eucaristia orienta todas as opções de vida das pessoas, isto é uma linha de seguimento?
Filipa – Não é fácil, eu tento que oriente, no máximo, contudo, acho que me foco mais, especialmente no meu dia a dia, na questão do amar o próximo.
Gosto de deixar um impacto positivo na vida das pessoas que se cruzam comigo e, se isso acontecer ao final do dia, eu acho que já cumpri o meu objetivo.
Henrique – Qual é o papel da Jornada Mundial da Juventude na evangelização dos jovens?
Filipa – Para além de ser uma oportunidade de evangelizar, é, acima de tudo, uma oportunidade de fortalecer a fé. Consequentemente, ao estarmos firmes na esperança e na fé em Deus, a evangelização acontece naturalmente.
Os jovens que tenham a sua fé bem assente, estão a evangelizar e não se dão conta disso, tal como nós acabamos por fazê-lo no nosso dia a dia. Isto acontece, em especial, na Jornada e na convivência entre grupos, mesmo não nos dando conta de que o estamos a fazer.
Mariana – Falávamos, no início, sobre a falta de compromisso que se vai sentindo nos grupos da organização da Jornada e na fé? Qual é a sua opinião sobre o lugar que a fé ocupa na vida dos jovens? É um lugar de destaque ou um lugar discreto?
Filipa – É um lugar discreto, acho até, que é um lugar que sobra.
Atualmente vejo isso, não só nos jovens, mas um pouco por todas as faixas etárias. Sinto que a fé ocupa muito espaço de sobra, ou seja, se der para encaixar no dia a dia, dá, senão, não faz mal. As pessoas não se esforçam para que exista esse espaço para a fé no dia a dia, portanto, eu acho que, cada vez menos, tem um tempo central e está encaixado no espaço que sobra.
Henrique – Para terminar, que mensagem quer deixar aos jovens que estão, desde já, a preparar-se para a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa 2023?
Filipa – É uma oportunidade de crescimento na fé e encontro connosco e com o próximo. Acho, mesmo, que é um evento que marca a vida de todos os que participam e que só podemos sair a ganhar.