JMJ comBosco 51 : “O primeiro contacto com a festa viva” – o testemunho de Isabel Mira, Patrícia Tavares e Mónica Vidal 

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Esta semana Mariana Lagoas e Henrique Laureano recebem, em mais um JMJ ComBosco, três convidadas especiais. Isabel Mira, FMA; Patrícia Tavares e Mónica Vidal participaram na Jornada Mundial de Colónia, na Alemanha, em 2005, e partilham agora a sua experiência.

Missionária em Angola, desde 2007, a Irmã Isabel Mira acompanhou o grupo de jovens, de que fazia parte, na sua participação nas JMJ de Colónia.

Já Patrícia e Mónica, Professora e Educadora de Infância, respetivamente, foram desafiadas pelos respetivos grupos de jovens que integravam, em 2005, a participar naquela Jornada Mundial da Juventude.

Com experiências diferentes, mas muito marcantes, todas as entrevistadas concordam que aquela JMJ foi “o primeiro contacto com esta festa viva”. Foi um momento, tal como afirma Mónica Vidal, em que foi possível “celebrar de forma verdadeira o amor de Cristo”.

Envolvidas, direta ou indiretamente, na preparação da Jornada Mundial da Juventude, que vai ter lugar em Lisboa já este ano, as convidadas do programa desafiam todos os jovens a “viver intensamente esta Jornada, tendo a coragem de se deixar encontrar por Jesus”.

“Vivam intensamente todas as experiências, vivam sem limites este amor de Deus”, concluiu Mónica Vidal.


Mariana – No episódio de hoje temos connosco três convidadas especiais, a Irmã Isabel, filha de Maria Auxiliadora, a Patrícia e a Mónica.

Começo por pedir que se apresentem.

Ir. Isabel – Sou a Irmã Isabel Mira, filha de Maria Auxiliadora, das Irmãs Salesianas de Dom Bosco. Sou irmã há quase 25 anos e estou em Angola como missionária desde 2007.

Hoje, vou partilhar um pouco daquilo que foi a minha experiência na JMJ em Colónia, em 2005.

Patrícia – Boa tarde, Sou a Patrícia Tavares, tenho 37 anos, tirei o Mestrado em Educação Pré-Escolar do primeiro ciclo e atualmente, sou professora numa escola salesiana. Gosto muito de brincar, estar com os meus filhos, passear pela natureza, explorar e descobrir novas coisas.

Hoje, foi-me proposto o desafio de falar um pouco sobre as Jornadas Mundiais da Juventude.

Mónica – Olá, eu sou Mónica Vidal, tenho 35 anos, sou educadora de infância no Externato Nossa Senhora de Fátima, sou casada, tenho um filho, um cão e uma gata. Gosto de estar rodeada de amigos e família, gosto de explorar a natureza, de ouvir música, cantar, ir ao cinema, cozinhar para o meu filhote e devorar séries.

Faço parte, do grupo de jovens da paróquia de São João Batista de Canelas, já fui catequista e  leitora. No fundo, fui tudo aquilo que era necessário, no momento, para a minha comunidade.

Henrique – Irmã Isabel, como surgiu a possibilidade de participar numa JMJ, neste caso a de 2005, em Colónia?

Ir. Isabel – Na altura já era Irmã e estava em Cascais, no bairro do Rosário. Lá, acompanhava o grupo de jovens e quando surgiu a possibilidade de participar, alguns deles aderiram à proposta e então fui, também, para os acompanhar.

Mariana – Patrícia, como é que se preparou para esta JMJ?

Patrícia – Relativamente à Jornada Mundial da Juventude, em 2005, eu participava num grupo de jovens e fomos desafiados a participar.

Primeiro, percebemos como é que poderíamos juntar dinheiro para conseguirmos ir, depois começámos a fazer algumas coisas e, por fim, começámos a perceber o que eram as Jornadas Mundiais da Juventude e a ouvir o testemunho de outros jovens que já tinham participado. Com a ajuda da Irmã Isabel, fomos descobrindo cada vez mais e a vontade de participar era cada vez maior.

Henrique – Irmã Isabel, o que distinguiu esta, de todas as outras Jornadas que já tinham acontecido?

Ir. Isabel – Primeiro, já não era o Papa São João Paulo II, mas sim, o Papa emérito Bento XVI, e penso que essa foi uma marca diferente.

Foi a primeira Jornada Mundial da Juventude em que participei, e estava com um pequeno grupo de jovens que vivia, também, pela primeira vez uma Jornada Mundial da Juventude, portanto, não tinha ainda muito para comparar.

O facto de ser na Alemanha, também era um desafio por causa da língua, mas foi, também, muito significativo, principalmente a Catedral de Colónia e a relação com os Reis Magos.

Mariana – Pergunto-lhe Mónica, o que é que mais a marcou nesta viagem?

Mónica – Esta Jornada foi o meu primeiro contacto com esta festa viva, com esta comunhão, com esta unidade em Cristo e por Cristo, foi o meu primeiro amor e esta intensidade nunca se esquece.

Por mais anos que passem, o calor das pessoas, o dar ou receber, o celebrar de uma forma tão verdadeira este amor de Cristo, fez-me pensar muitas vezes que aquilo sim era verdadeiro e único, o estar ali com tantas pessoas que pensam e vivem esta forma de celebrar a fé como eu.

Henrique – Pergunto à Patrícia e à Mónica, visto que tiveram duas experiências diferentes, o que destacam da homilia da missa de envio do Papa Bento XVI, em Colónia?

Patrícia – Foi uma homilia com muita sabedoria e fez-me pensar que devemos olhar para o próximo e levar a Palavra de Deus sempre connosco.

Devemos transmitir o caminho e os ensinamentos que Deus quer. Muitas vezes não nos diz diretamente, temos de ler entre as entrelinhas, mas depois ajuda-nos e faz-nos todo o sentido.

Mónica – As palavras de Bento XVI foram, sem dúvida, uma herança que devemos levar com orgulho às gerações do futuro.

Posso dizer que o dia 21 de agosto foi um dia em que algo mudou no meu interior. Aquela homilia impele-nos, sem dúvida, a sermos a unidade em Cristo e isso requer entrega, exigência, amor, disponibilidade, e foi isso que tentei fazer durante toda a minha vida, com todos os que se cruzaram e cruzam comigo.

Ser missionária a todo o momento é uma máxima na minha vida.

Mariana – Irmã Isabel, sente que foi uma herança pesada, a que trouxeram daquela homilia, ao sentir a esperança que o Papa Bento XVI estava a colocar nos jovens e, em particular, naqueles jovens que ali estavam a escutá-lo?

Ir. Isabel – Pesada, acho que não, mas foi uma homilia que tocou, que mexeu, que nos apelava a colocarmo-nos em jogo, a assumirmos o protagonismo daquilo que é o papel dos jovens na Igreja e no mundo, e penso que quem quis dar resposta a esse desafio tem feito isso na sua vida.

Henrique – O que é que esta experiência mudou na vossa forma de ser igreja? O que é que mais vos impressionou?

Mónica – Acima de tudo, mudou a minha forma de ver e de viver este amor de Cristo.

Ir. Isabel – Não sei bem se mudou alguma coisa ou se foi mais uma forma de acrescentar ou de ir purificando. De qualquer forma, penso que a questão da universalidade da Igreja, da beleza da diferença, do podermos construir comunhão mesmo na diferença, propor desafios e aceitar desafios, é algo que se experimenta numa JMJ.

Impressionou-me a coragem que o Papa Bento XVI teve, em lançar estes desafios aos jovens, desafios muito concretos, muito reais, muito atuais na altura.

O Papa soube criar uma sintonia com os jovens e entrou num diálogo profundo connosco, motivando para que compreendessemos e pudéssemos assumir a riqueza da fé cristã.

A sua autenticidade marcou muito e, de facto, muita coisa que tenho lido tem-me feito recordar a experiência que vivi. Então, é esta autenticidade e a profundidade daquele momento, que de facto me impressionou e marcou.

Mariana – Patrícia, como foi sentir que não estava só, e que havia mais jovens que procuravam e sentiam este grande amor de Deus?

Patrícia – Foi impressionante ver a quantidade de jovens, a viver e sentir a Palavra de Deus. Não falávamos a mesma língua, mas comunicávamos através das canções, da oração e conseguimos estar todos juntos e unidos a Deus.

Foi uma experiência magnífica, cheia de calor, de oração. Foi possível partilhar e encontrar-me com outros jovens e juntos seguirmos o caminho de Deus, levando a Sua Palavra a outros.

Henrique – Mónica, qual foi o principal objetivo de participar numa Jornada Mundial da Juventude em específico esta, de Colónia?

Mónica – Viver ao máximo as experiências que outros me contaram tantas vezes sem fim.

Mariana – Depois da participação nessa JMJ, participaram mais alguma vez?

Ir. Isabel – Sim, tive também a graça de participar na Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, também acompanhando um grupo de jovens, desta vez de uma realidade diferente e muito maior.

Foi também muito interessante, profunda, diferente da de Colónia, mas também de uma beleza muito grande.

Patrícia – Não voltei a participar nas Jornadas Mundiais da Juventude.

Mónica – Sim, tive a graça de estar presente nas Jornadas de Madrid em 2011, no Rio de Janeiro, em 2013, e também na Polónia, em 2016.

Em 2008, em Sidney e em 2019, no Panamá, embora eu não estivesse fisicamente, estive em profunda comunhão com o meu grupo, que participou e acolheu as palavras do Papa emérito Bento XVI e do Papa Francisco. Foi uma forma diferente de viver a Jornada, que me deu outra perspetiva, mas que foi também boa e rica em vivências e ensinamentos.

Henrique – Estão envolvidas na preparação da JMJ Lisboa 2023? Se sim, de que forma?

Patrícia – Este ano, estarei como voluntária no colégio onde eu trabalho, na parte do alojamento. No entanto, faço questão também, de voltar a relembrar e a viver cada momento de forma diferente. Agora, claro, mais velha e com outras vivências.

Ir. Isabel – Envolvida diretamente, não. Tenho motivado os jovens para participar nesta Jornada e também, com eles, ajudar a angariar fundos para que essa participação possa ser efetiva. Pontualmente, tenho apoiado a equipa que está a organizar a nível das nossas Irmãs aqui em Angola, a ida a Lisboa.

Mónica – Sim, faço parte do Comité Organizador Paroquial da Paróquia de Canelas, porque quero proporcionar aos peregrinos experiências que tive a oportunidade de viver. Quero deixar-lhes uma marca para a vida, tal como me deixaram a mim.

Mariana – Por último, que mensagem é que cada uma de vocês gostaria de deixar aos jovens que se estão a preparar, desde já, para participar na JMJ Lisboa 2023?

Ir. Isabel – Antes de mais, os meus parabéns por terem escolhido participar numa Jornada Mundial da Juventude, que acredito, sem sombra de dúvida, que será uma experiência muito rica a nível humano, social e espiritual.

Convido cada um a viver intensamente esta Jornada, mesmo que já tenham participado noutras. Cada Jornada é diferente, vive-se de forma diferente, interage-se com pessoas diferentes. Então, o meu convite é que cada um viva intensamente a Jornada Mundial da Juventude, mas que também tenha a coragem de se deixar encontrar por Jesus e ter a abertura para fazer uma experiência de Igreja Universal, descobrindo a beleza da comunidade cristã.

Convido a não ficarem só na parte social e festiva, mas a irem ao encontro com Deus profundo e que se deixem desafiar pelos desafios que Deus irá fazer através de tantas pessoas, particularmente através das palavras que o Papa Francisco irá dirigir aos jovens.

Espero que possam viver esta Jornada mundial da Juventude como um discernimento vocacional, questionando-se.

Para aqueles que irão participar como voluntários, também os meus parabéns, pois irão viver no serviço aos outros jovens. Que esta experiência de voluntariado possa alargar o vosso coração para outras metas, outros horizontes.

Queridos jovens da JMJ Lisboa 2023, o mundo precisa cada vez mais da vossa bondade, do vosso testemunho que é a fraternidade. Também hoje é possível que a Igreja tenha um rosto jovem.

Estou a rezar por todos e por cada um, para que esta experiência revolucione a vossa vida na alegria do Evangelho e revolucione também o nosso mundo. Tudo de bom, boa participação.

Mónica – Aquilo que eu vos posso dizer é que vivam intensamente todas as experiências, todas as oportunidades. Aproveitem o caminho até à jornada, porque isso é muito importante. Celebrem, orem, vivam sem limites o amor de Deus, porque é transformador e é único.

Obrigada e boa jornada para todos.

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