JMJ comBosco 58 : O encontro de Paula Souto com Cristo em Sydney 

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Henrique Laureano e Mariana Lagoas recebem, em mais um JMJ comBosco, Paula Souto participante da Jornada Mundial da Juventude de 2008, que teve lugar em Sydney, na Austrália.

Inserida nos grupos do Caminho Neocatecumenal, Paula revela que a participação na JMJ Sydney “consolidou” a sua experiência de ser Igreja. Quanto ao que mais a impressionou, recorda o facto de sentir que “não estamos sós”.

Paula Souto desafia os jovens que vão participar na Jornada Mundial da Juventude de Lisboa 2023: “não tenham medo de dizer que sim a Jesus” e deixa, ainda, um convite: “abram a porta a Cristo”.


Henrique – No episódio de hoje, temos o testemunho da Jornada Mundial da Juventude de Sydney, em 2008.

Mariana – Connosco temos Paula Souto.

Paula, quer começar por se apresentar?

Paula – Eu sou a Paula, mãe de duas crianças, trabalho nos Salesianos, sou contabilista e sou, sobretudo, caminhante para o céu e amiga de Jesus Cristo.

Henrique – Como é que teve conhecimento que iria decorrer, em 2008, esta Jornada Mundial da Juventude, em Sydney?

Paula – Na altura estava a fazer o Caminho Neocatecumenal, e nas comunidades onde eu estava a caminhar, começou a preparar-se com bastante antecedência essa jornada, portanto, foi através da comunidade onde estava inserida.

Mariana – E o que é que a motivou a participar?

Paula – Na altura, a minha vida estava uma grande turbulência e a ida a esta jornada foi um dos muitos exemplos da Providência Divina. Não fazia ideia de que poderia ir, portanto, nem sequer me atrevi a dizer que me queria inscrever. Foram os catequistas que me inscreveram e, uns meses antes, quando foi preciso tratar de tudo, é que me disseram que ia à Jornada.

Henrique – Como é que esta comunidade, em que estava inserida, se preparou para a Jornada?

Paula – Nós tínhamos muitos encontros. Semanalmente tinha dois encontros, depois tinha o encontro de sábado, na Eucaristia, e ainda, mensalmente tinha o retiro que fazemos no Caminho e, portanto, nesse âmbito fomos preparando o nosso caminhar quotidiano e a Jornada.

Pessoalmente, com o que estava a viver na altura e como soube muito em cima do acontecimento, até chegar à Austrália e ao recinto da Vigília, não tinha propriamente interiorizado o lema da própria Jornada, e foi muito significativo. Às vezes andamos com tanta coisa na cabeça e a descobrir Jesus de tantas maneiras no nosso dia a dia, que nem me tinha apercebido que nesse mesmo ano, umas semanas antes, tinha tido a graça de fazer o Crisma. Foi um episódio marcante.

Mariana – O que é que mais a marcou nesta Jornada?

Paula – A presença do Espírito Santo. Curiosamente, nesse ano a própria Vigília Pascal tinha sido uma experiência extraordinária para mim, não só porque tínhamos tido uma figura de grande relevo da Igreja a celebrar a Vigília do Caminho, como aquela presença da alegria da vida do Espírito Santo foi muito visível.

Em Sydney, eu ia como responsável e um dos jovens, que tinha 18 anos, levantou-se para o sacerdócio e hoje é sacerdote. Foi muito engraçado, porque foi muito atribulado. Adoeceu logo a seguir à vigília, ia connosco mas não podia sair para lado nenhum, porque estava doente. No entanto, num dos encontros de evangelização, ele levantou-se e o Espírito Santo permaneceu forte.

Henrique – Como descreve o ambiente que se viveu nestes dias, em Sydney?

Paula – Muita alegria, muita simplicidade.

Na Vigília estava uma noite fria e para ajudar, começou a chover. Então, lembrámo-nos de apanhar todo o cartão que encontrássemos, fizemos um extrato de cartão, montámos uma casota e ficámos lá debaixo, super quentinhos e sem chuva.

Mariana – Disse-nos que estava a acompanhar um grupo de jovens, já tinha participado noutra Jornada antes desta?

Paula – Não, em 2008 eu tinha acabado de chegar a este caminho de encontro com Cristo, porque a minha conversão começou em 2005.

Henrique – Depois participou em mais alguma?

Paula – Não tive hipótese, ainda, de participar em mais nenhuma.

Henrique – Que impacto descreve que esta Jornada teve na sua vida?

Paula – Foi um ano de viragem na minha vida e eu experimentei, em consciência que este caminho de conversão que Deus faz connosco quando O deixamos entrar, é um caminho que transforma, transforma-nos a nós, e a tudo à nossa volta. O ano de 2008 foi, de facto, o ano crucial a partir do qual a minha vida profissional, pessoal e interior mudou.

Mariana – Para além deste impacto na sua vida, o que é que sente que mudou, depois da Jornada, na sua forma de ser Igreja?

Paula – A minha conversão e experiência de vida que trago, é muito forte. Um dos dias marcantes, para mim, na Jornada foi o dia 22, porque na Eucaristia diária, assim que o padre começou a eucaristia, eu comecei a chorar e foi um lavar de alma. Ele estava ali, Ele estava ali para mim, para ti, para cada um dos que estavam ali.

Henrique – Como é que é sentir, neste ambiente de Jornada, que não estamos sós? Que há mais jovens que procuram e se alimentam deste amor que vem de Deus?

Paula – É muito gratificante ver que podemos, na nossa vida, tender a concentrar a experiência de Cristo na nossa experiência, e ao conviver e trocarmos experiências, é rico conhecer esta realidade, não apenas porque vemos nos vídeos, ou porque lemos notícias, ou percorremos aqui ou acolá, mas conhecer as pessoas, ver aquela relação e isso, é algo muito enriquecedor.

Mariana – Na homilia do Papa Bento XVI, se tivesse de destacar uma parte, qual seria?

Paula – A parte de servir a Deus, servir nos atos mais do que propriamente em orações ou em ideias. Servir no dia a dia, não ter medo de dizer sim, de dizer que quero ser santa, não ter medo de aceitar a cruz e de com esta entrega a Cristo, aceitar levar a cruz e levar sempre no coração esta abertura ao Espírito Santo, com o auxílio imprescindível de Nossa Senhora.

Henrique – Paula, na sua opinião, qual é a importância das Jornadas Mundiais da Juventude na evangelização dos jovens?

Paula – Eu acho que é mesmo muito importante, porque os jovens estão muito abertos e, ao conversarem uns com os outros, crescem juntos. Também o Espírito Santo é uma força viva que simboliza esta relação e, portanto, quando entramos na relação com outros jovens, aumentamos a nossa fé nesta convivência e contribuímos para a unidade verdadeira da Igreja.

Outra coisa fabulosa é, independentemente da língua que falarmos, conseguimos sempre comunicar. É uma experiência de um grande Cenáculo que acontece sempre.

Henrique – Que mensagem é que quer deixar aos jovens que estão, desde já, a preparar-se para participar nesta Jornada de 2023?

Paula – Não tenham medo, não tenham medo de dizer sim a Jesus, não tenham medo de querer vir. Não se deixem podar por problemas e dificuldades que surjam, confiem, peçam ajuda e por fim, não se fechem e e abram a porta a Cristo, porque Ele está à espera.

Mariana – Há alguma coisa que não tenhamos perguntado e que seja crucial dizer-nos sobre esta viagem?

Paula – A própria viagem.

Foram dois dias para cá e dois dias para lá. Na viagem de ida, contavam-se os minutos para lá chegarmos e pesaram como dois dias. Foi muito engraçado, mas foi sobretudo marcante o regresso, porque os dois dias pareceram umas horas, porque vínhamos tão cheios do Espírito Santo, tão animados, que não demos pelo tempo passar.

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